sexta-feira, 10 de junho de 2011

Informações e dicas sobre o trabalho com cultura Africana na Educação Infantil

Como trabalhar as relações raciais na pré-escola?

Formação para atender à Lei 10.639, de 2003

A questão racial é conteúdo obrigatório no currículo escolar. A Lei 10.639, de 2003, decretou a inclusão do ensino da História e da cultura afro-brasileiras no Ensino Fundamental e Médio. E a lei passou a valer para todos os níveis da Educação Básica com a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
Para ajudar escolas e professores, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação promove cursos de capacitação e distribui material didático sobre o tema. Um desses cursos, em parceria com a Universidade de Brasília, já formou (a distância) cerca de 25 mil professores de escolas públicas de 306 municípios de todo o país no tema Educação e Diversidade Étnico-Raciais.
Além de conhecer a influência africana na formação cultural brasileira, eles receberam informações sobre a questão racial na Educação Infantil, principalmente no que diz respeito à identidade racial.
Os especialistas ressaltam que o objetivo do professor não deve ser desprezar um determinado tipo de cultura ou dizer que uma é melhor do que outra. "Cabe à escola dar oportunidade para todos conhecerem a cultura afro e entenderem que ela faz parte da cultura brasileira", diz Waldete Tristão Farias Oliveira, coordenadora pedagógica do Centro de Educação Infantil Jardim Panamericano e formadora de professores em questões raciais.

Mostrar a importância de respeitar as diferenças é uma lição que deve ser ensinada desde os primeiros anos de escolaridade

Preconceito, está no dicionário, é "qualquer opinião ou sentimento, favorável ou desfavorável, concebido sem exame crítico, conhecimento ou razão". Portanto, é coisa pensada, raciocínio elaborado, restrito aos adultos, certo? Errado. Nem as crianças pequenas estão imunes às múltiplas formas de discriminação.
Acompanhe o que a professora Rita de Cássia Silva Santos vivenciou no Centro Municipal de Educação Infantil Creche Vovô Zezinho, em Salvador. Certo dia, ela trouxe para a sala de aula bonecos com vários tons de pele e fotos com pessoas de características físicas distintas. Uma das crianças, Brenda, na época com 3 anos e meio, apontou a fotografia de uma menina negra e disse que "era feia".
- Por que feia?, perguntou a professora.
- Porque ela é igual a mim, respondeu a garota.
É por isso que o combate a todas as formas de preconceito deve ser prioridade desde os primeiros anos da Educação Infantil. "O sucesso escolar está ligado a uma boa formação. E esse sucesso depende muito da relação que a criança tem com a escola", destaca o sociólogo Valter Roberto Silvério, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
No Brasil, as estatísticas refletem essa realidade: os negros são 45,5% da população, mas têm nível de escolaridade menor que os brancos. Silvério e outros pesquisadores que estudam as relações raciais na escola afirmam que o tratamento diferenciado dentro da sala de aula é um dos fatores que contribuem para o baixo rendimento das crianças negras.
Para começar, é preciso deixar os clichês de lado. Nada de acreditar que todos somos iguais - e ponto. Antes de mais nada, é essencial reconhecer que existem as diferenças. "Infelizmente, muitas escolas reproduzem a discriminação racial e muitos professores não apresentam propostas pedagógicas para se contrapor a essas situações", opina a pedagoga Lucimar Rosa Dias, especialista em Educação e relações raciais e membro da Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados a Educação dos Afro-Brasileiros, do Ministério da Educação. Em seu doutorado, Lucimar está investigando como as relações raciais são abordadas em creches brasileiras. Uma de suas conclusões é a de que o combate à discriminação na sala de aula beneficia todas as crianças. "O acesso a um ambiente que estimula o respeito à diversidade ajuda a formar jovens mais respeitadores, mais educados e mais preocupados com a coletividade."

Sugestão de atividades para combater o preconceito

Lucimar Rosa Dias, especialista em Educação e relações raciais, doutoranda em Educação pela Universidade de São Paulo e membro da Comissão Técnica Nacional de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros, do Ministério da Educação, e Waldete Tristão Farias Oliveira, coordenadora pedagógica do Centro de Educação Infantil Jardim Panamericano e formadora de professores, sugerem as seguintes atividades para promover ações afirmativas e combater o preconceito e a discriminação em sala de aula.

RODAS DE CONVERSA
Reunir os pequenos em uma roda abre espaço para conhecê-los melhor. Para entender as relações de preconceito e identidade, vale a pena apresentar revistas, jornais e livros para que as crianças se reconheçam (ou não) no material exposto. A roda é o lugar de propor projetos, discutir problemas e encontrar soluções. Também é o melhor espaço para debater os conflitos gerados por preconceitos quando eles ocorrerem. Nessa hora, não tema a conversa franca e o diálogo aberto.

VÍDEOS E CONTOS
A contação de histórias merece lugar de destaque na sala de aula. Ela é o veículo com o qual as crianças podem entrar em contato com um universo de lendas e mitos e enriquecer o repertório. Textos e imagens que valorizam o respeito às diferenças são sempre muito bem-vindos.

BONECOS NEGROS
As crianças criam laços com esses brinquedos e se reconhecem. É interessante associar esses bonecos ao cotidiano da escola e das próprias crianças, que podem se revezar para levá-los para casa. A presença de bonecos negros é sinal de que a escola reconhece a diversidade da sociedade brasileira. Caso não encontre bonecos industrializados, uma boa saída é confeccioná-los com a ajuda de familiares.

TOQUE
Mexer nos cabelos e trocar pequenos carinhos é uma forma de cuidar das crianças e romper possíveis barreiras de preconceitos. O trabalho com o cabelo abre caminho para estudar tamanho, textura, cor e permite aprender que não existe cabelo ruim, só estilos diferentes.

COMIDA
Pesquisar a história de alimentos de origem africana é um jeito de valorizar a cultura dos afro-descendentes. Melhor ainda se houver degustação, com o apoio da comunidade. As aulas de culinária são momentos ricos para enfocar as heranças culturais dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira.

MÚSICA E ARTES PLÁSTICAS
A música desenvolve o senso crítico e prepara as crianças para outras atividades. Conhecer músicas em diferentes línguas, e de diferentes origens, é um bom caminho para estimular o respeito pelos diversos grupos humanos. E isso se aplica a todas as formas de Arte.

Influências culturais da África

Faixa etária
4 e 5 anos

Eixo
Natureza e sociedade

Objetivos
Conhecer e vivenciar produções culturais brasileiras com influências africanas.

Conteúdos
- Heranças culturais africanas e brasileiras.
- Música, dança e brincadeiras.

Tempo estimado
Dois meses.

Material necessário
Livros, revistas, imagens, material para registro, CDs com músicas africanas e brasileiras, tecidos, instrumentos musicais e mapas.

Desenvolvimento
1ª etapa
Apresente músicas brasileiras de ritmos de origem africana (como o samba e o maracatu) e converse com as crianças sobre elas: já conhecem? Se parecem com algo que já ouviram? Gostam ou não? Por quê? Explique que essas músicas têm origem em um continente chamado África, separado do Brasil pelo oceano Atlântico. Para comparar, escute com o grupo outra música (escolha, agora, uma canção tradicional africana). Questione: ela se parece com a que ouvimos antes? Peça, ainda, que a turma leve livros, fotos e outros registros do continente. Você também deve preparar a mesma pesquisa.

2ª etapa
Explore os materiais trazidos em uma roda de conversa. Foque a discussão nos costumes dos grupos que serão estudados: vestimentas, alimentos, música, dança, brincadeiras etc. Lembre-se de mostrar o globo terrestre para que se aproximem da ideia do que é um continente ou país.

3ª etapa
Forme grupos e sugira que cada um aprofunde a pesquisa em um dos temas levantados. Explique que o objetivo é obter mais informações sobre costumes dos povos africanos e que cada grupo deve mergulhar em um assunto específico, procurando mais informações em livros, internet, vídeos e outras fontes de informação. Peça ainda que reflitam: quais das práticas levantadas também acontecem no Brasil? De que jeito? Como forma de registro, proponha a criação de um painel coletivo para reunir as informações, garantindo que possam ser consultadas por todos sempre que necessário.

4ª etapa
Leve para a sala instrumentos musicais de origem africana, como agogô, caxixi e alfaia e mostre às crianças as maneiras de tocá-los. Apresente também coreografias de danças africanas, como o jongo, para que a turma possa praticar - o uso de DVDs de referência com os principais passos é um bom recurso didático. Lembre-se de que essa etapa, que deve durar alguns dias, exige que você se prepare previamente para conhecer instrumentos e danças.

Avaliação
Para avaliar o aprendizado dos procedimentos de música e dança, observe o desempenho da turma ao longo das atividades, prestando atenção especialmente na evolução, na parte rítmica. Para verificar conteúdos conceituais (como é a África, onde se localiza etc.), avalie a participação da classe nas rodas de conversa e na construção do painel coletivo, procurando perceber se cada criança levanta hipóteses, ouve a contribuição dos outros e registra no mural suas descobertas.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Atividades para turmas de Creche I e II

Olá auxiliares e professoras de Creche I e II! Seguem algumas ideias de atividades e estimulação que vocês podem fazer com as crianças... Temos certeza de que elas vão amar e vocês também quando começarem a ver os resultados desses estímulos.

Atividades de Creche I

• Amarre ou pendure objetos como colheres, por exemplo, perto de onde o bebê fica deitado, para que ele possa alcançá-los e segurá-los.
• Diga o nome do bebê ou bata palmas, para que o bebê olhe para ver de onde o som está vindo.
• Cante para ele e embale-o ao ritmo de uma canção. Dê uma volta com o bebê no colo e diga os nomes dos objetos. Mesmo que um bebê não responda a este tipo de estímulo no início, é importante continuar falando e cantando para ele.
• Assim que o bebê começa a entender e usar a linguagem, ele gosta de brincar usando as palavras: “Onde está meu nariz?” ou “Encontre a xícara”.
• Dê ao bebê objetos lisos e peça-lhe que os devolva e os passe de uma mão para outra. Use objetos grandes o suficiente para evitar que o bebê os coloque na boca e se engasgue.
• Brinque com os dedos do pé e da mão do bebê.
• Incentive o bebê a bater palmas e a abanar para dizer “tchau”.
• Faça-lhe uma bola macia para jogar.
• Dê-lhe dois objetos e segure mais dois. Bata com os objetos um no outro e veja se o bebê consegue copiá-lo.
• Dê-lhe uma caixa e objetos de tamanhos diferentes para colocar dentro dela e tirá-los.
• Esconda algum objeto dentro de uma xícara ou de um pedaço de pano na frente do bebê e veja se ele consegue encontrá-lo.
• Faça um boneco de pano velho e encha-o com pedaços de pano, plástico, grama seca ou papel. Costure bem o buraco para fechá-lo. Conte histórias sobre o boneco para o bebê.
• Desenhe na areia ou no barro, com uma vara ou o dedo, e veja se o bebê consegue copiá-lo.
• Mostre ao bebê um animal ou a figura de um animal. Faça o som que o animal faz e incentive o bebê a repetir os sons. Não se esqueça de dizer o nome do animal.
• Incentive o bebê a se alimentar sozinho.
• Chame sempre o bebê pelo seu nome, isso é muito importante.
• Enquanto troca a fralda ou faz qualquer atividade com o bebê converse com ele.
• Recorte de revistas figuras de famílias e cole no chão, onde eles engatinham com fita transparente. Nomeie as pessoas da figura: mamãe, papai, neném, cachorro, etc.

Atividades para Creche II


• Escrever em fichinhas de papel cartão o nome das crianças, todo em letra bastão. Fazer a chamadinha diariamente cantando musiquinhas como: "A canoa virou", "Perdi meu anel no mar", "Se eu fosse um peixinho", "De quem será esse nomezinho", etc. No começo muitos não prestarão atenção. O importante é manter a rotina que logo todos se habituarão.
• Dar o nome escrito bem grande na folha para que desenhem sobre ele. Atividades assim, que envolvem o nome, podem ser dadas todos os dias. Ex: escrever o nome em um círculo para que pintem com cola colorida, escrever o nome dentro de uma casinha, fazer uma dobradura ou recorte de um bonequinho e dizer que são eles na escola, escrever o nome no centro da folha para que piquem pedaços de revista ou papel colorido e colem em volta como se fosse uma moldura.
• Contar historinhas de preferência em que tenha algum personagem com o mesmo nome de um amiguinho.
• Brincar de: passa anel, morto-vivo, macaco-mandou, sempre nomeando pessoas e objetos.
• Escrever o nome deles e prender com fita transparente no chão, mostrando a cada um onde está seu nome. Pedir que cada um sente em cima do seu nomezinho. Colar os nomes formando um círculo. Assim eles vão acostumando a formar a rodinha.
• Levar uma boneca pra sala e falar que vão dar banho nela. Colocar uma banheira, pode ser sem água (é só faz de conta!), no meio da rodinha. Primeiro vocês vão inventar um nome pra boneca. Depois você vai dar banho nela nomeando as partes do corpo que está lavando. Depois enxugue, nomeando novamente as partes do corpo. Depois, pedir que cada um faça o mesmo, sempre dando nome a tudo.
• Cantar muitas musiquinhas... Muitas !!! É a melhor forma de chamar atenção deles.
• Fazer desenhos livres em diferentes posições. Com a folha no chão, com a folha na mesa, com a folha colada na parede.
• Procurar com eles em revistas, figuras de crianças. Cada um vai escolher um amiguinho e dar um nome a ele. Colar a figura na folha e escrever o nome escolhido.
• Fazer brincadeiras de roda diversas: "A canoa virou", "Se esta rua fosse minha", "Era uma casa muito engraçada", "Marcha soldado", "O cravo e a rosa", etc.
• Colocar um amiguinho deitado sob o papel pardo, fazer o contorno dele com hidrocor. Completar com as crianças as partes que estão faltando (olho, nariz, boca, unhas, orelhas, cabelos, etc). Dar um nome e uma idade para o boneco.
• Fazer crachás com o nome das crianças.
• Brincar com eles de circuito, passando por baixo de uma mesa. Por cima de uma cadeira, debaixo de um túnel feito com lençol, etc...

terça-feira, 29 de março de 2011

Orientações sobre o novo instrumento de avaliação 2011

ORIENTAÇÕES QUANTO AO NOVO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA PRÉ-ESCOLA


Para que serve a avaliação?
A avaliação objetiva identifica em que medida os resultados alcançados até então, estão próximos ou distantes dos objetivos propostos e, se possível, descobrir as razões desta proximidade ou distanciamento. É um processo contínuo de observação e registro sobre o desenvolvimento dos alunos em relação aos aspectos motores, emocionais, sociais e cognitivos de acordo com os estímulos recebidos durante o processo de ensino e aprendizagem. Não comporta nestes registros julgamentos nem comparações.
O objetivo de avaliar os alunos é conhecer o que eles sabem, quanto sabem e o quão distante ou perto estão dos objetivos educacionais que lhes foram propostos.

De onde devo partir?
A avaliação diária feita no plano de aula tem a função de permitir que o novo planejamento a ser realizado possa resolver os problemas identificados com mais precisão. Isto serve tanto para avaliação institucional quanto para a avaliação da aprendizagem. Estes registros diários servirão de base para o professor no momento de redigir o relatório.
Para o novo instrumento de avaliação o professor deverá colher dados para redigir o relatório formativo e o final. Ambos devem conter as informações referentes ao desenvolvimento geral do aluno. Em sua elaboração o professor não poderá deixar de descrever o desenvolvimento nos aspectos: cognitivo (intelectual), emocional, social e motor (físico).
Além de utilizar os registros diários no planejamento, o professor também deve utilizar-se dos conteúdos trabalhados para avaliar se ambos foram ou não alcançados.

Compreendendo o novo instrumento de Avaliação:
Nosso novo instrumento de avaliação de Educação Infantil foi redefinido de acordo com as observações das unidades escolares e está com o seguinte formato:

CAPA: TÉCNICA DE ARTE
O professor irá colar uma técnica de arte que lhe convir feita pelo aluno nas proporções exatas do retângulo. Identificando o desenho com o primeiro nome da criança.




CONTRACAPA: DADOS PESSOAIS
Identificação dos dados pessoais dos alunos, turma, turno, professores e frequência.

CRITÉRIOS DE OBSERVAÇÃO:
Os critérios de observação estão separados por eixos e áreas de trabalho de acordo com os Conteúdos Mínimos, estão apresentados como itens para marcar e se vinculam às diversas faixas etárias. A legenda a ser utilizada para a marcação é:

A = ATINGIDO
ED= EM DESENVOLVIMENTO
NT = NÃO TRABALHADO

REGISTRO DISSERTATIVO 1º SEMESTRE:
Este espaço é destinado ao relatório individual do aluno, que é de suma importância para que os responsáveis tenham noção de como é o comportamento de seu filho na escola: o que ele aprendeu, como se relaciona com os demais , etc. O importante é que ao ler este relatório os pais possam visualizar seu (a) filho (a).
A professora pode usar este espaço para inicialmente fazer uma descrição geral da turma (que pode ser única a todos os alunos) e em seguida ater-se aos aspectos individuais do aluno.

DESENHO DO ALUNO:
É o espaço em que o professor irá colar ou pedir que o aluno desenhe. No rodapé desta folha, o responsável terá oportunidade de escrever sobre suas primeiras impressões com relação ao trabalho feito com o seu filho no primeiro semestre.

REGISTRO DISSERTATIVO 2º SEMESTRE:
Como no primeiro semestre, inicialmente fazer uma descrição geral da turma (que pode ser única a todos os alunos) e em seguida ater-se aos aspectos individuais do aluno e deve ser feito tendo como base o anterior (formativo). Nele devem ficar explícitas as superações e obstáculos que o aluno vivenciou e a intervenção do professor quanto a isso.

DESENHO DO ALUNO:
Assim como no primeiro semestre, o professor irá colar ou pedir que o aluno desenhe na folha. O responsável terá um espaço para escrever sobre suas impressões sobre o trabalho feito com o seu filho no segundo semestre.

Será que meus registros ficaram bons? Quem dará visto nos relatórios?
A responsabilidade de olhar e dar visto aos relatórios é do diretor, dirigentes, orientador pedagógico (quando houver). É importante considerar neste momento a redação: coesão e coerência e clareza do texto, falhas ortográficas e se o texto expressa realmente as características dos alunos. O relatório dissertativo deve ser considerado um documento muito importante, já que os dados podem ser vistos e usados por especialistas de diversas áreas: pediatras, psicólogos, neurologistas, juízes... O professor tem a responsabilidade de redigir tudo que observa para não ser omisso ou conivente em nenhuma situação, porém deve haver constante cuidado com a linguagem utilizada, pois sabemos que um mesmo dado pode ser descrito de diversas formas.
Um relatório completo deve conter os diversos aspectos que compõe o aluno: social, emocional, motor e cognitivo.
Seguem algumas orientações que poderão nortear a redação do relatório. Porém, devemos frisar que esta não é nenhuma receita de bolo e que o professor poderá utilizar-se deste material para orientação ou contribuir para algum aspecto que não foi citado abaixo. É importante que ao ler os relatórios seja possível aos pais o reconhecimento de seu(s) filho(s). Para tanto o professor deve conhecer o aluno individualmente, já que cada um é diferente do outro e assim devem ser seus relatórios.

Aspecto Social:
• Como são suas relações com o grupo? Evoluíram, ampliou seu círculo de amigos? Tem amigos em especial?
• É bem aceito pelo grupo, é procurado pelos colegas?
• Como são suas relações com os profissionais? Ampliaram-se?
• Reconhece as regras da turma, seus direitos e deveres?
• Solicita ajuda para solucionar seus problemas?
• Evita participar das atividades por temer fracasso?
• Impõe suas normas não aceitando as da turma?
• Mostra-se espontâneo? Apresentou liderança? Aceita sugestões?
• Empresta seus brinquedos? Sabe esperar a sua vez?
• Tem atitudes agressivas com os colegas, profissionais?

Aspecto Emocional:
• Revela timidez? Demonstra alegria? Ainda chora com facilidade?
• Faz pirraça para conseguir o que quer?
• Demonstra afeto, agitação, é apático, é impulsivo?
• Costuma reagir quando contrariado?
• Apresenta algum tique (roe unhas, chupa dedos)?
• Gosta de exibir-se, mostra segurança diante novas situações?
• Possui higiene com seu corpo e objetos de uso pessoal?
• Evita participar das atividades por temer fracasso?

Aspecto Motor:
• Anda naturalmente, corre, salta, senta-se em posição correta;
• Cansa-se facilmente, cai muito;
• Aprendeu a segurar corretamente o lápis;
• Já recorta nos limites de figura sem deformá-la, ainda não...;
• Identifica as partes do corpo, características pessoais, possui lateralidade definida;
• Possui movimentos lentos, agitação motora, deixa cair objetos que segura;
• Possui lateralidade definida, reconhece: frente/costas, em cima/em baixo, à direita/à esquerda, à frente/ atrás, em cima/em baixo;

Aspecto Cognitivo:
Nas atividades em grupo / sala:
• Necessita ser estimulado constantemente;
• Demonstra iniciativa; colabora com a turma ajudando os colegas e trazendo contribuições;
• Solicita ajuda para solucionar problemas;
• Distraí-se facilmente; apresentou dificuldades para concentra-se nas atividades e alcançar os objetivos;
• É constantemente excluído do grupo pelos colegas;
• Atenta para instruções fazendo o que é pedido;
• Faz trabalhos com ordem e limpeza;
• Ocupa todo o tempo disponível trabalhando;

Expressão Oral:
• Usa vocabulário adequado à idade;
• Pronuncia corretamente as palavras;
• Expressa seus pensamentos de forma lógica e clara de acordo com sua faixa etária;
• Compreende e responde perguntas feitas;
• Apresenta gagueira; omite fonemas ou sílabas; troca fonemas;
• Transmite recados com exatidão da mensagem;

Linguagem oral e escrita.:
• Identifica o seu nome na chamada e em diversos contextos;
• Sabe escrever o próprio nome, ainda não...;
• Reconhece a primeira letra do nome em diversos contextos;
• Reconhece o nome dos colegas da classe; escreve o nome dos colegas da turma;
• Identifica as letras que formam o seu nome em diversos contextos;
• Relaciona a algumas letras do alfabeto o som referente;
• Participa da produção de textos coletivos;

Matemática:
• Marca o tempo considerando: antes/ depois, hoje/ontem/amanhã, dia e noite, dias da semana, rotina escolar;
• Estabelece relações e semelhanças quanto a tamanho, cor e forma (compara, sequência, seria, ordena) por meio de jogos e brincadeiras;
• Observa e reconhece as formas geométricas;
• Reconhece e relaciona a quantidade ao numeral; compara quantidades de diferentes coleções;
• Possibilidades operatórias: adição e subtração, pequenos problemas.

Natureza e Sociedade:
• Valorização de atitudes relacionadas à saúde e ao bem-estar individual e coletivo;
• Participação de diversas atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outras;
• Identifica animais a sua alimentação e habitat;

Grafismo:
• Representa graficamente o seu corpo e o de animais e plantas (forma ao desenhar);
• Coordena e controla sua motricidade gráfica e habilidades motoras ao desenhar e pintar nos limites da figura;
• Seus desenhos são: coloridos, demonstram noção de espaço (em cima/em baixo);
• Usa todo o espaço disponível para desenhar, usa um pequeno espaço para desenhar;
• Seus desenhos são expressivos, com formas grandes, pequenas; de fácil percepção;

“Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos: ternura pelo que é, e respeito pelo que possa ser.” (Piaget)